O câncer do corpo do útero afeta principalmente as mulheres que se encontram na menopausa e pode ter início em diversas partes do órgão. Porém, em 95% dos casos, se origina no endométrio (parte interna do útero).

Apesar do câncer de endométrio estar associado a diversos fatores, um dos principais é o excesso de peso e a obesidade. No Brasil, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para 2022 é de 7.840 novos casos.

Para esclarecermos algumas questões importantes sobre este tipo de neoplasia, conversamos com o cirurgião oncológico com foco em tumores ginecológicos, Dr. Fabio Fin. Confira e fique por dentro.

O que é o câncer de endométrio?

Este câncer tem início quando as células começam a crescer de forma desordenada e descontrolada no útero, formando os tumores. A doença é dividida em subtipos diferentes, sendo os principais:

  • carcinoma endometrióide (tipo mais frequente e menos agressivo);
  • carcinoma seroso;
  • carcinoma de células claras;
  • carcinossarcoma.

Quais são os fatores de risco?

Apesar da maioria das neoplasias malignas ter origem multifatorial, ou seja, várias causas, há evidências de que o câncer de endométrio está fortemente ligado ao excesso de peso corporal, pois a gordura produz hormônios que podem estimular a formação de tumores.

Conheça outros fatores de risco que também aumentam as chances de desenvolver a doença:

  • idade (acima dos 50 anos);
  • estar na menopausa;
  • reposição hormonal;
  • diabetes;
  • hipertensão arterial;
  • não ter engravidado durante a vida;
  • alta ingestão de gordura ou alimentos ultraprocessados;
  • histórico familiar;
  • primeira menstruação precoce;
  • síndrome do ovário policístico.

Para quais sintomas as mulheres devem estar atentas?

Agora que você já sabe quais são os fatores de risco para o câncer de endométrio, é importante que conheça os principais sintomas. São eles:

  • sangramento fora do ciclo menstrual;
  • sangramento mais intenso que a menstruação normal;
  • sangramento vaginal quando a mulher já está na menopausa;
  • dor na pelve.

É importante frisar que qualquer sangramento anormal, seja fora do ciclo menstrual ou na menopausa, merece investigação médica.

Como é feito o diagnóstico do câncer de endométrio

A detecção precoce do câncer de endométrio é importante para se obter melhores resultados com o tratamento, podendo chegar à cura.

As estratégias para isso são realizar exames em mulheres com sintomas ou sinais da doença, além do rastreamento nas assintomáticas, que possam pertencer aos grupos de risco da doença.

A ultrassonografia vaginal normalmente é o primeiro exame solicitado no caso de suspeita. Além disso, pode ser solicitada uma ultrassonografia da pelve para avaliar toda a região. Conforme os resultados, o médico pode indicar a histeroscopia e a biópsia. Apenas essa pode afirmar com certeza que se trata de um câncer.

Principais tratamentos

Apesar de ser um câncer frequente, e que vem aumentando no Brasil, a boa notícia é que ele costuma ter altas chances de cura, quando detectado precocemente.

São diversos os tratamentos que podem ser indicados para o câncer de endométrio, levando em consideração se o tumor pode ser curado, se é localizado ou não, seu estadiamento, agressividade e comorbidades existentes na paciente. Conheça os principais deles:

  • cirurgia por laparoscopia, robótica ou aberta – dependendo do estado clínico da paciente, estágio do tumor, e se é passível de cura (podendo preservar ou não o órgão);
  • radioterapia e quimioterapia – essas técnicas podem ser indicadas após a cirurgia, ou nos casos de metástase.

Vantagens da cirurgia robótica para este tipo de câncer

Um dos avanços da tecnologia no tratamento das doenças ginecológicas é a cirurgia robótica. Realizada com o auxílio de um robô, traz diversos benefícios, tanto para o cirurgião quanto para a paciente. Veja alguns deles:

  • maior precisão e melhor visualização do local a ser operado;
  • eliminação do risco de tremor das mãos do cirurgião, reduzindo as chances de danos a estruturas delicadas;
  • pequenas incisões, tornando a cirurgia menos invasiva;
  • menos riscos de complicação no pós-operatório;
  • recuperação mais rápida e retorno precoce às atividades.

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