O câncer de fígado é o sexto tipo de neoplasia mais comum em todo o mundo, além de estar entre os mais letais.
Os tumores, que podem ser primários ou secundários (originados no próprio fígado ou por metástases de outras regiões) podem se desenvolver nos hepatócitos (células do órgão), nos canais biliares ou nos vasos sanguíneos.
A boa notícia é que, quando diagnosticado precocemente, as taxas de cura ultrapassam 90%. Pensando em conscientizar mais pessoas sobre o assunto, desenvolvemos este conteúdo, que contou com o auxílio do cirurgião oncológico com foco no tratamento de tumores digestivos, Dr. Marciano Anghinoni. Confira e fique por dentro.
Fatores de risco
Qualquer pessoa pode ter câncer de fígado, mas alguns fatores, dentre os quais muitos podem ser evitados, elevam os riscos. Veja quais são eles:
- cirrose hepática: a doença se desenvolve, principalmente, devido ao consumo abusivo de álcool ou infecção pelas hepatites B ou C;
- uso de anabolizantes: o uso contínuo destes produtos para aumento da massa muscular é altamente agressivo para o fígado, podendo causar alterações celulares, que levam ao desenvolvimento de tumores;
- infecção crônica pelo vírus da hepatite B: isso aumenta os riscos em cerca de 140 vezes. Aproximadamente 50% a 60% das pessoas com esse tipo de câncer possuem a condição;
- infecção pelo vírus da hepatite C: homens com cirrose, na faixa etária entre 60 a 70 anos de idade, com hepatite C, e que fumam, correm maior risco;
- alimentos que contém aflatoxina: essa substância é produzida por fungos que se desenvolvem em grãos, como milho e amendoim, quando armazenados inadequadamente. O consumo contínuo de produtos contaminados é um risco para o fígado. Portadores com hepatites são ainda mais sensíveis aos efeitos da aflatoxina;
- diabetes tipo 2: quando a doença não é controlada, e está associada à obesidade, torna-se um fator de risco para o câncer de fígado. Inclusive, o excesso de gordura corporal, por si só, pode levar à esteatose hepática, a qual pode contribuir com a formação de tumores.
Sintomas do câncer de fígado
Assim como ocorre com outros tipos de neoplasias, o câncer de fígado não costuma apresentar sintomas em estágios iniciais. Entretanto, quando eles surgem, os principais são:
- dor abdominal;
- sensação de empachamento, mesmo após refeições leves;
- falta de apetite;
- sensação de incômodo, como se fosse um caroço do lado direito do abdome junto às costelas;
- inchaço ou acúmulo de líquido no abdômen;
- fraqueza e cansaço excessivos;
- fezes de cor esbranquiçada e urina escura;
- icterícia (pele e olhos amarelados);
- náuseas e vômitos;
- baço aumentado.
Caso estes sinais se tornem frequentes, por mais que, em boa parte dos casos, não seja câncer, é muito importante procurar um médico para avaliação.
Se o câncer de fígado não apresenta sintomas nas fases iniciais, como monitorar a saúde para o diagnóstico precoce?
Pessoas com doenças crônicas no fígado, como cirrose e esteatohepatite, precisam ser avaliadas periodicamente. As condutas de rotina para este grupo incluem exames de sangue com provas de função do órgão e marcador tumoral, além de ultrassom abdominal.
Se houver alterações suspeitas, são solicitados exames adicionais como tomografia, ressonância magnética e laparoscopia.
Já aquelas que não possuem doenças hepáticas, devem realizar seus check-ups anuais de rotina, buscando diagnosticar lesões suspeitas de câncer de fígado precocemente.
Vale frisar que a melhor forma de prevenção é tomar medidas para evitar doenças crônicas do fígado, como controlar o peso, o colesterol e triglicérides, bem como tratar o alcoolismo.
Esperamos que este conteúdo tenha sido relevante para você. Quer saber mais sobre outros assuntos relacionados à saúde? Acompanhe as nossas redes sociais!