O câncer de pulmão é o segundo mais prevalente no mundo, sem contar o câncer de pele não melanoma. No entanto, ele está em primeiro lugar quando se trata de taxas de mortalidade. Por esses motivos, é muito importante falar sobre ele.

Apesar de ser responsável por 11,4% dos diagnósticos de tumores, ainda é comum o desconhecimento sobre certos aspectos e alguns mitos sobre esta doença. Pensando em esclarecer pontos relevantes sobre ela, desenvolvemos este conteúdo, que contou com a participação do cirurgião torácico, Dr. Juliano Mendes.

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Principais fatores de risco para o câncer de pulmão

O principal fator de risco para desenvolver o câncer de pulmão é o tabagismo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os fumantes têm 22 vezes mais chances de terem este tipo de tumor quando comparados aos não fumantes. Inclusive, isso não diz respeito apenas ao cigarro, mas a outros produtos derivados do tabaco, como cachimbos, charutos e cigarros aromatizados.

Apesar disso, a crença de que somente fumantes podem desenvolver câncer é equivocada, já que, mesmo sendo em menor número, não tabagistas também podem ser afetados. Outras questões, como o fumo passivo, exposição a certos componentes químicos, poluição atmosférica e histórico familiar também devem ser levados em consideração.

Atualmente, quando um paciente não fumante é diagnosticado com tipos diferentes de câncer, ou quando há histórico familiar de vários parentes com câncer, costuma-se solicitar exames genéticos que podem indicar possíveis síndromes familiares ligadas ao desenvolvimento de tumores. Isso faz diferença na escolha do protocolo de tratamento mais adequado.

Sintomas da doença

Normalmente, quando se encontra em estágios iniciais, o câncer de pulmão não apresenta sintomas. Por esse motivo, é interessante que pessoas que fumam e ex-fumantes realizarem acompanhamento periódico com um pneumologista, o qual pode solicitar exames de rastreamento se julgar necessário. Quando há sintomas, os principais são:

– tosse persistente;

– escarro com sangue;

– dor no peito;

– rouquidão;

– dificuldade para respirar;

– perda de peso e de apetite sem causas aparentes;

– sentir-se cansado ou fraco;

– nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns.

Como é feito o diagnóstico do câncer de pulmão

Quando existe a suspeita de câncer de pulmão, o principal exame para rastreamento e diagnóstico é a tomografia computadorizada de tórax.

Caso imagens suspeitas indiquem a presença de nódulos ou tumores, o próximo passo é a realização de uma biópsia para a confirmação do diagnóstico. Isso porque, em muitos casos, o resultado pode indicar processos benignos como infecções ou cicatrizes.

A biópsia pode ser realizada por broncoscopia, que é um exame muito parecido com a endoscopia digestiva, só que feito pelas vias respiratórias. Além disso, a biópsia também pode ser feita com o auxílio de uma agulha fina, sob anestesia local, guiada por tomografia.

Alguns pacientes podem apresentar linfonodos aumentados (ínguas) próximos ao pulmão onde se encontra o tumor ou no mediastino, parte central do tórax. Nestes casos, pode ser indicada a biópsia dos mesmos por um cirurgião, por meio de um procedimento chamado mediastinoscopia (ou EBUS), para uma avaliação.

Vale frisar que, após a confirmação da doença, é feito o estadiamento, ou seja, a realização de exames para constatar se a mesma está presente apenas localmente ou se houve disseminação à distância (metástases).

Tratamentos para esta neoplasia

O protocolo de tratamento para o câncer de pulmão depende de alguns fatores, como tipo do tumor, extensão da doença, presença de síndromes hereditárias e estado geral de saúde do paciente. Existem as seguintes opções:

– imunoterapia: neste tratamento medicamentoso, o sistema imunológico do paciente é estimulado a reconhecer e destruir as células cancerígenas;

– quimioterapia: o objetivo dos medicamentos, que podem ser administrados por via intravenosa ou oral, é destruir as células cancerígenas. Diferentes quimioterápicos podem ser usados e combinados conforme a necessidade;

– radioterapia: consiste na aplicação de radiação ionizante para destruir o tumor ou inibir seu crescimento;

– terapia-alvo: tipo de medicamento que encontra certos elementos existentes nas células cancerígenas e as destroem;

– cirurgia: existem essencialmente três formas de tratar o paciente com câncer de pulmão de maneira cirúrgica: lobectomias, segmentectomias e pneumonectomia. Atualmente, todas elas podem ser realizadas por cirurgia robótica, menos invasiva e com diversas vantagens para os pacientes.

Esperamos que o conteúdo tenha sido útil para você. Acompanhe as nossas redes sociais e saiba mais sobre este e outros assuntos relacionados à saúde e à cirurgia robótica!