Muito se fala sobre o câncer de colo do útero, porém, você sabia que o corpo do útero também pode ser acometido por neoplasias, principalmente em sua camada interna, denominada endométrio? Existe também o sarcoma uterino, forma menos comum de câncer no órgão, o qual tem origem em sua musculatura e tecido de sustentação.

Apesar de qualquer mulher em idade reprodutiva estar sujeita à doença, ela é mais comum naquelas que já se encontram na menopausa. Para falar mais sobre este tipo de câncer, seus fatores de risco, sintomas e tratamentos, conversamos com o cirurgião oncológico com foco em tumores ginecológicos, Dr. Fabio Fin. Confira!

Quais os principais fatores de risco para o câncer de útero?

As chances de desenvolver o câncer de útero se elevam nas mulheres obesas e na pós-menopausa. No entanto, existem outros fatores de risco aos quais todas devem ficar atentas. São eles:

– Histórico familiar em parentes de primeiro grau;

– Presença de diabetes;

– Sobrepeso e obesidade;

– Dieta com elevada carga glicêmica, o que significa consumo de excessivo de carboidratos. Neste contexto, a qualidade também influencia. Ou seja, ter na dieta muitos alimentos processados e ultraprocessados eleva o risco para este tipo de câncer;

– Falta de ovulação crônica;

– Hiperplasia endometrial;

– Menarca precoce (primeira menstruação);

– Menopausa tardia;

– Uso de estrogênio para reposição hormonal após a menopausa;

– Tratamento com tamoxifeno (usado no câncer de mama);

– Nuliparidade (nunca ter engravidado);

– Síndrome de Lynch ou de câncer colorretal hereditário não polipose (HNPCC).

– Síndrome do ovário policístico.

Que tipos de sintomas a doença apresenta?

O câncer do útero, especificamente o de endométrio, tem como principais sintomas o sangramento uterino anormal, fora do período menstrual ou mais intenso que o habitual, e sangramento após a menopausa. Outros sinais são perda de peso inexplicável, massa palpável e dores na pelve.

Vale frisar que, na maioria dos casos, estes sintomas não são relacionados ao câncer, porém sempre necessitam de investigação médica.

Como é feito o diagnóstico de tumores do útero?

Nos casos iniciais, durante a rotina com seu ginecologista, são realizados o exame preventivo e a ultrassonografia transvaginal, a qual visualiza as estruturas uterinas. Caso exista alguma suspeita de câncer ou outras doenças, a paciente é encaminhada para uma histeroscopia, procedimento para visualização do interior do útero por meio de uma câmera introduzida pela vagina. Se lesões forem encontradas, é feita uma biópsia, procedimento que retira fragmentos das mesmas para serem investigadas por médicos patologistas.

Quais os tratamentos para esta neoplasia?

Os tratamentos dependem do estágio em que a doença se encontra, tipo de tumor, idade de paciente e outras características. A base do tratamento é a cirurgia, mas também pode ser indicado quimioterapia e radioterapia. Nesse contexto, a cirurgia robótica é uma grande aliada.

Isso porque é muito mais precisa do que os procedimentos convencionais oferecendo um pós operatório menos doloroso, menor tempo de internação e retorno precoce às atividades de rotina.

Se você gostou deste conteúdo, continue acompanhando o nosso blog para saber mais sobre estes e outros assuntos!