Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCM), o Brasil realizou mais de 68 mil cirurgias bariátricas em 2019, um número 7% maior se comparado ao ano anterior. Trata-se de um procedimento indicado para pacientes obesos que não conseguem perder peso com métodos convencionais, como dieta e prática de atividades físicas.

Inclusive, muitos deles já apresentam comorbidades relacionadas à obesidade quando chegam ao médico, como diabetes, hipertensão, dispneia do sono e doenças hepáticas.

Nesse contexto, em que o número de procedimentos só cresce graças ao aumento nos casos de obesidade a cada ano, é importante que as pessoas saibam mais como ele funciona.

Para começar, existem diferentes técnicas bariátricas, as quais visam alterar o sistema digestivo para reduzir a quantidade de comida tolerada ou, ainda, modificar o processo natural de digestão, fazendo com que a quantidade de calorias absorvidas pelo organismo seja minimizada.

De acordo com o cirurgião bariátrico e Digestivo, Dr. Marlon Rangel, aquela que melhor se aplica a cada paciente é definida pelo cirurgião a partir de dados como grau de obesidade, condição física, quantidade de peso a ser eliminado e possíveis comorbidades apontadas em exames.

Quer saber quais são elas e os seus diferenciais? Então confira o post!

Bypass gástrico

O bypass gástrico, também conhecido por bypass em Y de Roux, é um tipo de cirurgia bariátrica que reduz o tamanho do estômago e  realiza um pequeno desvio do intestino. Essas modificações associadas a alterações de alguns hormônios fazem com que a pessoa passe a comer menos e diminuem a quantidade de calorias absorvidas pelo intestino, levando a uma perda de aproximadamente 35% do peso inicial.

Gastrectomia vertical ou sleeve gástrico

O sleeve gástrico, tipo de cirurgia bariátrica mais realizada no mundo, consiste na remoção de 80% do estômago, deixando o estômago tubular, promovendo a redução de sua capacidade para armazenar comida. Por esse motivo, associado à alterações de alguns hormônios, o procedimento pode fazer com que o paciente perca até 30% do peso inicial.

Cirurgia robótica

A técnica mais moderna de cirurgia bariátrica é a cirurgia robótica. Todas as anteriormente citadas, sejam elas com ou sem desvio intestinal, podem ser realizadas por via convencional (aberta), que atualmente encontra-se em desuso, ou de forma minimamente invasiva pela videolaparoscopia ou cirurgia robótica.

O procedimento robótico traz diversas vantagens ao paciente bariátrico. Para começar, a recuperação é mais rápida, bastando, muitas vezes, apenas 24 horas de internação, o que permite um retorno antecipado às atividades cotidianas.

Além disso, há menos risco de infecções e sangramentos, além de cortes e cicatrizes mínimas. Isso é possível porque as pinças articuladas do robô, controladas pelo cirurgião dentro da sala de operações, são mais precisas e delicadas, alcançando áreas de difícil acesso às mãos.

Por outro lado, o método auxilia numa melhor performance do tratamento, por meio da união de diferenciais como visão 3D magnificada e ampla movimentação das pinças robóticas. Para ficar mais claro, é como se o cirurgião pudesse estar “dentro do abdômen” do paciente, já que consegue observar as estruturas em todos os ângulos.

Lembrando que as técnicas de cirurgia bariátrica são indicadas conforme o caso, sendo o cirurgião o responsável pela definição conforme características do paciente.

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