O câncer de estômago é o quinto tipo mais prevalente em todo o mundo. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o terceiro mais frequente entre os homens e o quinto entre as mulheres.
Assim como diversas outras neoplasias, esses tumores não costumam apresentar sintomas em estágios iniciais, o que mostra a importância dos check-ups médicos de rotina.
Uma característica dessa doença em específico é que, em grande parte dos casos, está relacionada a uma dieta desregrada, rica em alimentos processados e sódio e pobre alimentos naturais.
Pensando em esclarecer diferentes aspectos sobre a neoplasia, para que mais pessoas estejam atentas a ele, conversamos com o cirurgião oncológico com foco no tratamento de tumores digestivos, Dr. Marciano Anghinoni. Acompanhe o conteúdo e fique por dentro.
O que é o câncer de estômago
O câncer de estômago é um tumor maligno que surge em qualquer local do estômago. De forma similar a outras neoplasias, ocorre devido ao crescimento desordenado das células. Em grande parte dos casos, os tumores têm a tendência de crescer lentamente, podendo passar despercebidos por anos, sem sintomas aparentes.
Tipos da doença
Os tipos mais comuns de câncer de estômago são:
- adenocarcinoma: responsável por 95% dos diagnósticos, esse tipo de câncer se desenvolve a partir das células que formam a camada mais interna do estômago (mucosa);
- linfoma: corresponde a cerca de 3% dos casos e tem origem nos linfonodos (gânglios);
- sarcomas: são tumores raros e têm início nos tecidos que dão origem aos músculos, ossos e cartilagens;
- tumor estromal gastrointestinal: também raro, se origina nas células da parede do estômago.
Fatores de risco para o câncer de estômago
Os fatores que aumentam o risco de desenvolver o câncer de estômago são:
- consumo excessivo de sal e alimentos defumados ou processados;
- consumo excessivo de álcool;
- tabagismo;
- sobrepeso e obesidade;
- ser do sexo masculino;
- idade, a partir dos 55 anos;
- histórico familiar da doença em parentes de primeiro grau;
- infecção pela bactéria Helicobacter pylori ( pylori);
- lesões pré-cancerígenas, como gastrite atrófica e metaplasia intestinal;
- exposição ocupacional à radiação ionizante, agrotóxicos e outros compostos químicos;
- ingestão de água com alta concentração de nitrato (proveniente de poços).
Principais sintomas
Embora o câncer de estômago não costume apresentar sintomas específicos em estágios iniciais, é importante estar atento aos seguintes sinais, que podem ser sugestivos da doença:
- perda de peso repentina;
- falta de apetite;
- sensação constante de fadiga;
- sensação de estômago cheio;
- dor na parte superior do abdômen;
- desconforto abdominal persistente;
- inchaço no abdômen (massa na parte superior do abdômen);
- náusea e vômito.
Por mais que, na maior parte das vezes, estes sintomas apontem doenças benignas, é imprescindível procurar um médico em sua ocorrência.
Como são feitos o diagnóstico e tratamento
Conhecer os sinais do câncer de estômago pode fazer toda a diferença para o diagnóstico precoce da doença, o qual aumenta, e muito, as chances de obter bons resultados com o tratamento. Ao ter uma suspeita, o médico solicita uma investigação por meio de exames clínicos, laboratoriais e radiológicos.
A confirmação do diagnóstico é feita pela endoscopia digestiva alta, para que o especialista possa visualizar o esôfago e o estômago. Se confirmado o câncer de estômago, são feitos outros exames para o estadiamento da doença, ou seja, verificar a sua extensão.
Já o tratamento depende de diversos fatores, como o tamanho do tumor, localização, extensão e estado geral de saúde do paciente. Os protocolos envolvem cirurgia, quimioterapia, imunoterapia e radioterapia, juntas ou isoladas.
Entre as alternativas cirúrgicas mais modernas está a cirurgia robótica, que é mais precisa e menos invasiva. Entre os benefícios, permite que o paciente tenha alta e se recupere mais rapidamente e, como os cortes são menores, há menos sangramento e dores no pós-operatório.
Tem como prevenir o câncer de estômago?
Por se tratar de um câncer gástrico, a prevenção depende muito de seguir uma dieta balanceada, rica em legumes, verduras, frutas, fibras, evitando o excesso de sal, os alimentos processados, industrializados, enlatados e defumados, as bebidas alcoólicas e o tabaco. Manter o peso corporal adequado e praticar atividades físicas também são ações preventivas.
Esperamos que você tenha gostado do conteúdo. Confira agora o post que traz mitos e verdades sobre os fatores de risco para o câncer de esôfago!