O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, ao mesmo tempo em que pode ser rastreado e diagnosticado precocemente por meio de exames, como a mamografia. Já o câncer de ovário é o tumor ginecológico mais frequente. Mas, ao contrário das neoplasias mamárias, não possui exames de rastreio específicos, além de ser silencioso. Por isso, os diagnósticos em estágios avançados são muito comuns.

O que essas doenças têm em comum são fatores de risco como o histórico familiar. Ter casos na família pode indicar tanto uma chance maior de ter as neoplasias em função de questões fisiológicas quanto a presença de síndromes genéticas. Entre as mais conhecidas por elevar os riscos para ambos os cânceres estão o BRCA1 e BRCA2.

Para esclarecer melhor este assunto, de forma com que mais mulheres fiquem informadas, conversamos com o cirurgião oncológico com foco em tumores ginecológicos, Dr. Fabio Fin. Confira o conteúdo e saiba mais.

Relação do câncer com a genética

O câncer é uma doença que possui forte relação com a genética. Conforme algumas síndromes familiares são herdadas ou há casos em parentes de primeiro grau e outros familiares, existe um risco aumentado de se desenvolver tumores em diferentes regiões do corpo.

Essas alterações nos genes são transmitidas de geração em geração, com risco de 50% em cada gestação. Estima-se que entre 15% e 20% dos casos de neoplasias em todo o mundo tenham como causas as mutações herdadas.

É possível identifica-las por meio de exames genéticos, realizados com saliva ou sangue. Mais de 200 tipos de síndromes hereditárias já foram identificados pela ciência. Entre elas estão a de mama-ovário, causada por uma mutação nos genes BRCA 1 e BRCA2.

Essas síndromes aumentam os riscos de a mulher desenvolver câncer de mama ao longo da vida em até 85%. As chances de se ter câncer de ovário chegam a 46% quando o gene BRCA1 está envolvido e a 20% quando é o gene BRCA2.

Quais mulheres devem se preocupar com as síndromes genéticas para câncer de mama e ovário?

Aquelas que possuem mãe ou irmã diagnosticadas com câncer de mama ou ovário, especialmente antes dos 40 anos de idade, devem relatar aos médicos (mastologista e ginecologista), que indicarão as condutas mais apropriadas.

Além dos exames de rotina mais frequentes, comumente é solicitado que as mulheres procurem um geneticista, para uma análise do histórico familiar e indicação de exames.

Caso as mutações genéticas BRCA1 e BRCA2 sejam detectadas, as mulheres podem passar pelas chamadas cirurgias redutoras de risco. No caso da mama, ela se chama adenomastectomia bilateral, em que se retira as glândulas mamárias para substituí-las por próteses de silicone, e para os casos de câncer de ovário é feita a retirada de tuba e ovário profilática.

O objetivo de ambos os protocolos é reduzir (e muito) os riscos de se ter câncer mamário e uterino.

Cirurgia robótica: uma alternativa moderna para a realização de ooforectomias

Hoje em dia, com a evolução da Medicina e da tecnologia, é possível realizar ooforectomias por cirurgia robótica, considerada a técnica mais inovadora entre os procedimentos cirúrgicos. Entre os diferenciais importantes estão uma maior precisão do cirurgião.

Por contarem com o auxílio das plataformas robóticas, os especialistas têm uma visão 3D magnificada em 15 vezes, o que evita danos a outras estruturas durante a cirurgia, além da eliminação do risco de tremores e maior amplitude de movimentos em função das pinças robóticas.

Por outro lado, as pacientes ganham em cortes menores, menos dores e sangramentos, recuperação mais rápida e retorno precoce às atividades.

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